sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Pelos caminhos dos Santórios...


Pelos caminhos onde andei,
aldeias perdidas encontrei...

Vazias de gente cheia de oferendas,
guardiãs de memórias, de partilhas,
pra quem chega e se aconchega...

E à torre do ninho cheguei...
Olhei e lembrei...
a neblina que corre por aí acima!
quando o rio dos Santos se aproxima...

E vi-te vinha, agora adormecida...
E a ti, te espreitei, velha figueira de inverno...

E à sombra da velha nora
do velho poço
outrora, como agora,
de tanto andar à roda,
finalmente parei!
E mais fresca continuei...

E junto de ti,
companheiro e doce diospireiro...
Teu fruto colhi, provei e levei...

E o cheiro
das novas perpétuas,
junto à cheia laranjeira,
crescem e florescem...

E os figos da índia!
Ainda esperando, depois de setembro...

E a velha e redonda romãzeira,
bagos carmim, sumarentos, oferecendo...
dizem que a 1 de novembro, comendo,
sinal de pilim!

E o marmeleiro!
Ao sol, povoado de amarelo,
se estendendo...

E ao longe, entre muros,
pelos caminhos da velha fonte,
lentiscos espreitando...
E a jovem pereira amparando...

E lá ao fundo...
abraçada a ti, oliveira,
silvas e amoras silvestres
contigo convivendo...
juntas, maduras, umas,
muitas, a meio,
crescendo...

E tão perto, o ribeiro...
Cobrindo de musgo teu corpo,
Traje novo!
E verde e maduro, teu fruto,
junto, primeiro que vi assim...

Ao longe... moinhos de vento, soprando,
pra gente apanhar e breve... voltar.




Abraço a todos 
e até aos próximos Santórios!
Maria

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